Espio
Tenho a poesia
como um olhar
que me espia
- pela fresta da fechadura –
me despindo
todo dia,
todo dia,
todo dia
me despindo
todo dia.
Maria Maria
quarta-feira, 25 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
POEMA PARA TUA PARTIDA
Se digo o teu nome,
cem pássaros verdes, todos verdes,
se perdem no espaço de solstício.
Um pássaro disperso talvez pouse
no oásis rubro de teus lábios
e se alimente de beijos esquecidos.
As águias das manhãs
devoram tua presença
que constrói ninhos em meus ombros,
com fios de noites.
Nas amplidões noturnas,
os astros te inventam.
Desces liqüefeita de espaços
e inundas, num dilúvio, o pensamento.
Há um pássaro,
olhos de sal, plumagem de brumas,
que cortando a distância do teu céu
será minha solidão.
Nei Leandro de Castro
quarta-feira, 11 de março de 2009
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